Análise do impacto econômico da falta de suplementação multivitamínica em mulheres em idade reprodutiva e suas consequências em recém-nascidos
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v12.n2.p135-41Palavras-chave:
micronutrientes, suplementos nutricionais, gravidez, recém- -nascido, custos e análise de custoResumo
Objetivo: Avaliar o impacto econômico da falta de suplementação multivitamínica de mulheres no período reprodutivo e suas consequências em recém-nascidos, por meio da estimativa do número de casos e dos custos implicados no tratamento de complicações decorrentes da falta de suplementação, sob a perspectiva do sistema público de saúde. Métodos: A população foi definida a partir do número de gestantes e nascidos vivos no Brasil, ajustado para o ano de 2019, e de pessoas que utilizam exclusivamente o SUS, considerando um crescimento linear. Por meio de revisão de literatura, os riscos de desenvolvimento de defeitos do fechamento do tubo neural, pré-eclâmpsia e anemia foram determinados. Para a estimativa dos custos diretos médicos, realizou-se um micro[1]custeio com base na utilização de recursos determinados por condutas médicas estabelecidas e opiniões de especialistas. A ocorrência de eventos e os respectivos custos foram calculados multiplicando o número de indivíduos pelo risco de desenvolvimento das complicações e os custos individuais pela quantidade de eventos. Resultados: O custo total da falta de suplementação vitamínica foi estimado em 2,47 bilhões de reais. A falta de suplementação vitamínica seria capaz de gerar a ocorrência anual de 5.352, 796.283, 298.801 e até 345.628 casos de defeitos do fechamento do tubo neural, anemia, parto prematuro e pré-eclâmpsia, respectivamente. Conclusões: A ausência de suplementação vitamínica pode gerar um custo anual de até 2,47 bilhões de reais para o sistema público de saúde brasileiro, com ocorrência de pelo menos 796 mil casos de complicações decorrentes por ano.