A influência da qualidade da informação reprodutiva na probabilidade de gravidez não planejada e indesejada no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v11.n1.p3-9Palavras-chave:
complicações na gravidez, reprodução, fatores socioeconômicosResumo
Introdução: A gravidez não planejada é um fator de risco significativo para uso inadequado do cuidado pré-natal, e os recém-nascidos não planejados são propensos a ter baixo peso ao nascer. Mulheres com gravidez não planejada têm maior probabilidade de relatar problemas médicos antes e durante a gravidez. De fato, o bem-estar de toda a família pode ser afetado. Além disso, gravidezes não planejadas têm sido associadas a maior ônus social para os contribuintes. Métodos: O artigo usa abordagens de Propensity Score Matching para estimar o efeito de ter informações corretas de fertilidade sobre a probabilidade de ter gravidezes não planejadas. Os dados foram coletados de uma amostra nacionalmente representativa de mulheres brasileiras com idades entre 15 e 49 anos. Resultados: Apenas 26% das mulheres grávidas têm informações corretas sobre os níveis de fertilidade ao longo do ciclo menstrual. Mulheres com informações corretas têm 12% menos chances de ter uma gravidez indesejada e 24% menos probabilidade de ter uma gravidez não planejada. Conclusões: O conhecimento básico sobre fertilidade é um importante preditor de gravidez não planejada no Brasil, no entanto apenas uma pequena parcela das mulheres brasileiras tem esse conhecimento. De forma mais otimista, oferecer acesso a informações básicas sobre fertilidade para mulheres em idade fértil pode diminuir significativamente os casos de gravidez não planejada, gerando benefícios significativos para os sistemas de saúde pública e de seguridade social.