Impacto econômico do mieloma múltiplo no sistema privado de saúde do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v10.n1.p9-14Palavras-chave:
mieloma múltiplo, custos, e análise de custo, efeitos psicossociais da doençaResumo
Objetivos: Avaliar o impacto econômico do mieloma múltiplo (MM) no sistema privado de saúde brasileiro. Métodos: A base de dados Orizon, uma base administrativa para fins de reembolso contendo dados de pacientes que realizaram procedimentos médicos em ambiente hospitalizar e ambulatorial, foi analisada retrospectivamente de jan./2013 a ago./2016. A base incluiu pacientes que foram diagnosticados com MM (CID-10 C90.0) durante o período de tempo mencionado e todos os procedimentos subsequentes realizados pelo paciente após o diagnóstico. Foram utilizados como critério de elegibilidade pacientes com MM tratados entre jan./2013 e jun./2015, com acompanhamento de pelo menos 365 dias, tendo pelo menos um registro durante esse período. Os desfechos foram expressos em custos médicos diretos (CMD) por paciente/ano, calculados como a soma dos gastos médicos por paciente divididos por pacientes-ano, por um período máximo de 12 meses. Os CMDs foram categorizados em exames, procedimentos, medicamentos (incluindo quimioterapia e outros tratamentos) e outros custos (materiais, gases medicinais, pacotes e taxas diversas). Foram conduzidas análises adicionais para quimioterapia e internações. Resultados: Dos 1.332 pacientes com MM, 973 atenderam ao critério de elegibilidade, sendo incluídos na análise. O CMD total foi de R$ 124.144 por paciente-ano, do qual R$ 66.757 (54%) são relacionados a medicamentos, R$ 45.474 (37%) a internações e R$ 11.912 (10%) a outros custos ambulatoriais. Um total de 3.050 internações foi identificado em 741 (76%) pacientes, com custo médio de R$ 23.151 por internação. Conclusões: O tratamento do MM representa impacto econômico significativo para operadoras de saúde. Custos de medicamentos e internações representam 90% do custo total.