Custo-utilidade da empagliflozina em pacientes diabéticos do tipo 2 com alto risco cardiovascular na perspectiva do Sistema Único de Saúde
Palavras-chave:
custo-efetividade, empagliflozina, diabetes tipo 2Resumo
Objetivo: Realizar uma análise de custo-utilidade de empagliflozina em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e alto risco cardiovascular. Métodos: O modelo empregado foi uma simulação de eventos discretos, com dados baseados na incidência de eventos cardiovasculares do ensaio clínico EMPA-REG OUTCOME. A população-alvo foi de sujeitos com DM2 e alto risco cardiovascular (histórico de cardiopatia isquêmica, acidente vascular cerebral ou doença vascular periférica). O horizonte temporal foi o de tempo de vida; a taxa de desconto, de 5% ao ano; e a perspectiva, a do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados de utilidade foram obtidos de estudos brasileiros e internacionais. Os custos refletiram valores desembolsados pelo SUS. Foram conduzidas análises de sensibilidade determinísticas nos principais parâmetros e probabilística para avaliar a robustez global dos resultados. Resultados: No caso-base, a empagliflozina gerou 0,66 ano de vida ajustados para qualidade (QALY) a mais, com custo de R$ 19.176 maior, gerando relação de custo-efetividade incremental (RCEI) de R$ 28.960/QALY. As análises de sensibilidade univariadas mostraram oscilações da RCEI entre R$ 23.644 e R$ 38.850/QALY, sendo este valor mais alto de RCEI resultante da variação do valor de utilidade de pacientes com diabetes. Na análise probabilística, os percentis 2,5% e 97,5% foram de R$ 22.336 a R$ 39.571/QALY. Conclusão: O estudo mostrou uma RCEI de R$ 28.960/QALY, estando abaixo do valor de uma vez o produto interno bruto (PIB) per capita (R$ 30.407 em 2016), sendo, portanto, uma tecnologia custo-efetiva, considerando esse limiar. Na análise probabilística, o intervalo de credibilidade mostrou que a RCEI pode oscilar entre 0,73 e 1,30 PIB per capita, sendo, portanto, uma estimativa robusta.