Administração hospitalar em Portugal: relação entre antiguidade e envolvimento laboral, e implicações para o risco de saída
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v8.n2.p73-79Palavras-chave:
Hospitais, Enfermeiros, recursos humanos, envolvimento laboral, Hospital Beatriz ÂngeloResumo
Introdução: A relação entre o envolvimento e a intenção de sair da organização é um tema recorrente na investigação, com vários estudos a evidenciar relações entre o envolvimento laboral e a intenção de saída. Os enfermeiros são um dos grupos profissionais mais numerosos dos hospitais e o seu processo de retenção nas organizações é um fenómeno complexo, composto por múltiplos fatores. Um desses fatores, o envolvimento laboral, traduz-se em benefícios para os próprios e para as organizações em que prestam serviço. Este artigo pretende estabelecer a relação entre a antiguidade dos enfermeiros do Hospital Beatriz Ângelo (Loures, Portugal) e o seu envolvimento laboral, analisando quais as implicações desta relação para o risco de saída da organização. Métodos: Foram recolhidas 351 respostas consideradas válidas para a variável de caracterização antiguidade, com uma taxa de respostas de 56,25%. A ausência de normalidade em várias das categorias de antiguidade na distribuição dos níveis obtidos para as perceções sobre o envolvimento laboral levou à opção pelo teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para deteção das diferenças entre os grupos de dados. Resultados: Os valores obtidos mostram que existem diferenças estatisticamente significativas nas perceções sobre o envolvimento laboral dos enfermeiros em função das categorias de antiguidade. Discussão e Conclusões: Foi possível determinar que o envolvimento laboral dos enfermeiros não é uniforme quando analisado segundo a antiguidade. O grupo de enfermeiros com maior antiguidade na instituição apresenta um envolvimento laboral mais reduzido o que pode refletir uma maior propensão de saída da organização.