Custo-efetividade de mirabegrona no tratamento de primeira escolha da síndrome da bexiga hiperativa: uma análise sob a perspectiva do sistema de saúde brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v12.n1.p56-65Palavras-chave:
bexiga urinária, bexiga hiperativa, agonistas beta-3-adrenérgicos, antimuscarínicos, análise custo-efetividadeResumo
Objetivo: Avaliar a relação de custo-efetividade de mirabegrona como tratamento de primeira escolha de pacientes adultos com síndrome da bexiga hiperativa (SBH) comparada a antimuscarínicos orais comumente prescritos no manejo dessa condição. Métodos: O modelo de Markov foi utilizado, com ciclos mensais e horizonte temporal de um ano, para analisar a relação de custo-efetividade de mirabegrona em comparação a tolterodina, oxibutinina, darifenacina e solifenacina. Os pacientes iniciaram o modelo em tratamento com mirabegrona ou um dos comparadores, sendo distribuídos em cinco níveis de gravidade da doença, de acordo com a frequência miccional e número de episódios de incontinência, e a cada ciclo mensal poderiam melhorar, piorar ou permanecer no mesmo nível de severidade do ciclo anterior. Os resultados foram apresentados por meio de uma razão de custo-efetividade incremental. Resultados: Considerando a perspectiva do sistema de saúde suplementar, o custo total do tratamento com mirabegrona foi de R$ 2.455,26 e os parâmetros de efetividade em 0,491 e 0,498 (melhora na gravidade da incontinência e frequência miccional, respectivamente), sendo mais efetivo que os comparadores. Com relação à perspectiva pública, foi estimado um custo com o tratamento de R$ 1.396,01, com características similares de efetividade. De maneira geral, o tratamento com mirabegrona foi dominante quando comparado à tolterodina e custo-efetivo na comparação com os demais antimuscarínicos, em ambas as perspectivas analisadas. Conclusão: Mirabegrona demonstrou ser a melhor opção para tratamento de primeira escolha da SBH com potencial de redução de custos ao longo do tempo, tanto para o sistema público quanto para o sistema de saúde suplementar brasileiro.