Análises de custo-minimização e impacto orçamentário do certolizumabe pegol para pacientes com doença de Crohn moderada a grave com falha ao tratamento convencional, sob a perspectiva do pagador privado no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.21115/JBES.v9.n1.p44-53Palavras-chave:
doença de Crohn, certolizumabe pegol, avaliação de tecnologias em saúde, infliximabe, adalimumabe, produtos biológicosResumo
Objetivos: Análises de impacto orçamentário e de custo-efetividade são, com frequência, exigidas por pagadores para a decisão sobre incorporação de drogas. Por esse motivo, apresentaremos uma análise de custo-minimização e de impacto orçamentário do certolizumabe pegol (CZP) para o tratamento de pacientes com doença de Crohn, doença crônica e debilitante que afeta o trato digestivo. Métodos: Trinta e seis pagadores privados foram entrevistados para que fosse possível compreender os custos de tratamento e aqueles relacionados à doença. Para a análise de impacto orçamentário, foram assumidos: custos de aquisição e administração das drogas, nenhuma taxa de crescimento populacional, taxa de troca de medicamento biológico (bDMARD) de 5% e market share de 20% para o CZP em seu pico. Visto que o CZP é tão eficaz e seguro quanto os comparadores disponíveis, optou-se pela análise de custo-minimização, assumindo horizonte temporal de 10 anos. Resultados: A análise de impacto orçamentário mostra que o CZP é capaz de gerar redução de custos no valor de R$ 317 mil em cinco anos, para cada cem pacientes. Para a custo-minimização, os custos calculados no horizonte de dez anos foram: R$ 149 mil para o infliximabe; R$ 118 mil para o adalimumabe e R$ 83 mil para o CZP. A análise de sensibilidade probabilística mostrou CZP menos custoso em 100% das 1.000 simulações. Conclusões: Certolizumabe pegol mostrou-se não apenas efetivo, mas também uma opção que pode gerar redução de custos quando comparada às outras drogas biológicas no Brasil sob a perspectiva do pagador privado.