Custo de tratamento da hepatite C genotipo 1 no Sistema Único de Saúde
Palavras-chave:
hepatite C, genotipo 1, custo de tratamento, custo de anemiaResumo
Objetivo: Estimar os gastos diretos em saúde de pacientes com hepatite C genotipo 1 sem tratamento prévio no SUS. Métodos: Um estudo retrospectivo da base de dados DATASUS identificou pacientes com hepatite C crônica e aguda sem tratamento prévio entre janeiro e junho de 2009. Pacientes com genótipo 1 (G1) foram identificados pelo uso inicial de interferon peguilado. O coorte foi definido como todos os pacientes naïve de genótipo 1 iniciando tratamento entre Janeiro e Julho de 2009, com seguimento de 12 meses. Custos foram levantados como o valor de reembolso SUS ou como nego[1]ciados pelo Ministério da Saúde. Resultados: 20.889 pacientes com hepatite C receberam tratamento no SUS com gasto de R$ 414 milhões. Destes, 17.659 foram identificados como G1 (85%), dos quais 9.173 iniciaram tratamento naquele ano. O coorte foi definido em 4.800 pacientes com custo de R$ 187 milhões (R$ 37.247,00 por paciente/ano). O coorte representou 83% do total dos novos pacientes com HCV entre Jan-Jun de 2009, mas representou 94% dos custos. Cerca de 83% dos custos foram atribuídos a medicamentos para tratamento da hepatite C G1, seguido pelos custos de tratamento de eventos adversos (15%). Cerca de 21% dos pacientes receberam filgastrim e alfapoetina. A duração média de tratamento foi de 8,9 meses, com 5% dos pacientes recebendo mais de 72 semanas de tratamento. Conclusão: O acesso ao tratamento da hepatite C no Brasil é limitado comparado ao número de pacientes infectados. A duração média de tratamento é menor do que a recomendada em bula.