Uso de recursos e custos associados ao tratamento da menorragia idiopática com o sistema intra-uterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG) versus histerectomia: perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS)
Palavras-chave:
menorragia, histerectomia, sistema intra-uterino liberador de levonorgestrelResumo
Introdução: As pacientes com menorragia que falham ao tratamento farmacológico no Brasil se tornam elegíveis ao tratamento cirúrgico, uma vez que o SIU-LNG não está disponível no sistema único de saúde (SUS). Objetivo: Descrever os custos associados ao controle da menorragia com SIU-LNG ou histerectomia sob a perspectiva do SUS em 1 ano. Métodos: Os recursos utilizados foram coletados com base em um estudo retrospectivo observacional. O método de abordagem bottom-up foi utilizado para estimar os custos médicos diretos, com base na quantidade de procedimentos médicos e recursos consumidos por cada paciente multiplicados por seus respectivos custos unitários. Os custos a seguir foram incluídos na análise: grupo SIU-LNG: colocação e recolocação do SIU-LNG (se necessário), complicações e recursos utilizados após a colocação do SIU-LNG incluindo consultas, exames e procedimentos subsequentes; grupo histerectomia: custos pré-operatórios, cirurgia, complicações e custos de acompanhamento, incluindo consultas e exames médicos realizados após a histerectomia. Resultados: Dentre as mulheres tratadas com SIU-LNG, 85,5% ainda utilizavam o dispositivo em um ano e 83,1% obtiveram sucesso no controle do sangramento. Os custos para os grupos de SIU-LNG e histerectomia em um ano foram respectivamente de R$824,65 e R$870,03. Quando aplicado à população elegível no SUS (32.605 pacientes), o impacto orçamentário estimado da incorporação do SIU-LNG resultaria em uma economia de aproximadamente R$1,5 milhão. Conclusões: Os dois tratamentos foram eficazes para o controle da menorragia. O SIU-LNG representa uma boa estratégia na redução de histerectomias e custos associados ao tratamento da menorragia no sistema único de saúde.