Análise de custo-efetividade do uso de gefitinibe versus protocolos de quimioterapia no tratamento de primeira linha do câncer de pulmão não-pequenas células metastático, EGFR positivo
Palavras-chave:
neoplasias pulmonares, gefitinibe, receptor do fator de crescimento epidérmicoResumo
Introdução: O câncer de pulmão apresenta alta incidência e mortalidade no Brasil. Grande parte dos tumores é do tipo não-pequenas células (CPNPC) e 54% apresentam-se com metástases ao diagnóstico. O objetivo deste estudo foi avaliar o custo-efetividade do gefitinibe versus protocolos quimioterápicos no tratamento do CPNPC avançado com mutação do EGFR em primeira linha, sob a perspectiva do Sistema Suplementar de Saúde. Métodos: Foi desenvolvida uma análise de custo-efetividade com base em um modelo de Markov, para comparar o uso de gefitinibe versus cisplatina/docetaxel, cisplatina/vinorelbina, cisplatina/gencitabina ou carboplatina/paclitaxel. Os desfechos contemplados foram: sobrevida livre de progressão, sobrevida global e sobrevida ajustada para qualidade. Somente custos médicos diretos foram incluídos na análise, em um período de tempo de cinco anos. Custos e desfechos foram descontados. Os resultados foram apresentados pela razão de custo-efetividade incremental por ano de vida salvo. Resultados: A metanálise avaliando a eficácia de gefitinibe estimou um HR de 0,43 para SLP e 0,82 para SG. Os custos totais no período de tempo de cinco anos associados ao tratamento com gefitinibe, cisplatina/docetaxel, cisplatina/vinorelbina, cisplatina/gencitabina e carboplatina/paclitaxel foram de R$140.824, R$155.091, R$137.382, R$143.373 e R$169.749, respectivamente. O benefício médio com cada alternativa foi de 2,105 e 1,898 anos de vida para gefitinibe e quimioterapias, respectivamente. Conclusão: Gefitinibe mostrou-se dominante quando comparado a cisplatina/docetaxel, cisplatina/gencitabina e carboplatina/paclitaxel. O custo por ano de vida salvo da comparação de gefitinibe com cisplatina/ vinorelbina foi de R$16.643, sendo custo-efetivo se considerado o limite de uma vez o PIB per capita no Brasil.